Ainda a propósito da ascenção do entretenimento de base militar (filmes ou jogos de guerra, sobretudo estes últimos), eis um magnífico documentário da BBC, a não perder: BBC iPlayer - Sunday Feature: From Gameboy to Armageddon
War games are as old as military history but something has begun to change as war and play converge to create what some call the 'military entertainment complex'. Ken Hollings pushes the button on this latest phenomenon.
Men have always played at and with soldiers. Gaming has been an essential part of warfare and by the 19th Century it had been developed into the sophisticated "Kriegspiel", derived from the still influential theories of Von Clausewitz and played at military colleges in both Europe and America. These war games then became real games for table-top strategists by the early 20th Century. A remarkable synergy developed between colleges of war and devisers of such games, particularly in America. And in the think tanks of the RAND Corp gaming theory was used intensively to plot the future of war and nuclear destruction.
But from the late 1970s computer strategy games started to form a powerful loop between gamers and warriors. With the creation of the SIMNET, the military began to develop hugely powerful simulators and now convergence is taking place between military and the entertainment industry. Some say we are living in what Stanford Professor Tim Lenoir has called 'the military entertainment complex', with military functions increasingly taking place online, using simulation for training and in the treatment of soldiers suffering from post traumatic stress disorder. But is this new realm of war truly a revolution - the shape of things to come - or just more virtual bangs for real bucks?
Limpar Mentalidades
Ouvimos falar muito, por estes dias sem memória, de expressões como “crise de valores” ou “cultura do individualismo”. Mas será mesmo assim? Ouvimos, por exemplo, dizer que os Estados Unidos são um exemplo expoente dessas tendências. Mas será mesmo assim? Digo que não é. Que pelo contrário. Sobretudo nos EUA e nos países anglo-saxónicos. Quem lá viveu percebeu certamente que, não obstante o culto do poder e da liberdade do indivíduo, a sociedade civil não só não se demite das suas responsabilidades, como tem uma capacidade extraordinária para se organizar em causas comunitárias. Regra geral, ao contrário do que acontece no nosso país, não ficam à espera que o estado ou as autarquias resolvam todos os problemas. Há um jardim degradado no bairro? Muito facilmente se unem e metem mãos à obra. A famosa frase de Kennedy, “não perguntes o que teu país pode fazer por ti, mas antes o que tu podes fazer pelo teu país”, continua válida.
Entre nós, a crise do associativismo tradicional tem sido acompanhada da ascensão de um novo tipo de intervenção na vida pública e na comunidade. Entram em crise as colectividades cuja actividade se centrava no lazer e na cultura popular, que não sobrevivem às novas ofertas de entretenimento (televisão, internet, cinemas, etc.). Mas assiste-se, por outro lado, ao crescimento do voluntariado e do associativismo social ou ambiental. A sociedade civil vai respondendo às solicitações do seu tempo – ao crescimento e ao envelhecimento populacional, às crises económicas, ao desemprego, aos desafios ecológicos. Ou seja, não há menos participação nem menos valores, há sim novas formas de participar e de praticar esses valores. Muitas vezes, porém, deixamo-nos levar pela retórica das manchetes dramáticas e pessimistas, ou pelo discurso amargo de alguns velhos do Restelo arvorados em senadores.
Em Portugal, a Democracia é uma criança e ainda há muito a fazer para mobilizar a sociedade civil, para criar uma verdadeira massa crítica de cidadania participativa. Como sempre, mais facilmente nos enfiamos nos cafés a maldizer os políticos do que a fazer algo útil com o nosso tempo livre. No que respeita ao espaço público (jardins, parques, florestas, passeios, praias, etc.), por exemplo, a mentalidade que tem vindo a ser dominante é que este é uma espécie de terra de ninguém, a cargo de uma entidade mais ou menos abstracta, vulgarmente designada por “eles”. Ao passo que nos países anglo-saxónicos o espaço público é de todos.
Mas há sinais bastante positivos e encorajadores, sobretudo das gerações pós-25 de Abril. E o Projeto Limpar Portugal é, sem dúvida, um deles. E um a todos os títulos notável. Por intermédio das novas tecnologias de comunicação, dezenas de milhar de voluntários têm vindo a coordenar-se nos seus concelhos e freguesias, irmanando-se numa causa comum: No dia 20 de Março, Limpar Portugal. Acima de tudo, mostra como a sociedade civil portuguesa consegue sacudir a apatia e partir para a acção, numa impressionante demonstração de mobilização e organização cívica. No dia 20 de Março até pode ficar muito por limpar. Mas quanto a mim o PLP já venceu, já é uma aposta de sucesso. Porque mostrou que, apesar de haver muito a fazer, as mentalidades estão realmente a mudar. Para melhor.
Para participar inscreva-se também em http://limparportugal.ning.com/group/limparfigueira ou envie um email para plpfigueira@gmail.com.
Texto meu, publicado esta semana no jornal O Figueirense . Se for de outro concelho e quiser participar visite o site nacional do Limpar Portugal
Entre nós, a crise do associativismo tradicional tem sido acompanhada da ascensão de um novo tipo de intervenção na vida pública e na comunidade. Entram em crise as colectividades cuja actividade se centrava no lazer e na cultura popular, que não sobrevivem às novas ofertas de entretenimento (televisão, internet, cinemas, etc.). Mas assiste-se, por outro lado, ao crescimento do voluntariado e do associativismo social ou ambiental. A sociedade civil vai respondendo às solicitações do seu tempo – ao crescimento e ao envelhecimento populacional, às crises económicas, ao desemprego, aos desafios ecológicos. Ou seja, não há menos participação nem menos valores, há sim novas formas de participar e de praticar esses valores. Muitas vezes, porém, deixamo-nos levar pela retórica das manchetes dramáticas e pessimistas, ou pelo discurso amargo de alguns velhos do Restelo arvorados em senadores.
Em Portugal, a Democracia é uma criança e ainda há muito a fazer para mobilizar a sociedade civil, para criar uma verdadeira massa crítica de cidadania participativa. Como sempre, mais facilmente nos enfiamos nos cafés a maldizer os políticos do que a fazer algo útil com o nosso tempo livre. No que respeita ao espaço público (jardins, parques, florestas, passeios, praias, etc.), por exemplo, a mentalidade que tem vindo a ser dominante é que este é uma espécie de terra de ninguém, a cargo de uma entidade mais ou menos abstracta, vulgarmente designada por “eles”. Ao passo que nos países anglo-saxónicos o espaço público é de todos.
Mas há sinais bastante positivos e encorajadores, sobretudo das gerações pós-25 de Abril. E o Projeto Limpar Portugal é, sem dúvida, um deles. E um a todos os títulos notável. Por intermédio das novas tecnologias de comunicação, dezenas de milhar de voluntários têm vindo a coordenar-se nos seus concelhos e freguesias, irmanando-se numa causa comum: No dia 20 de Março, Limpar Portugal. Acima de tudo, mostra como a sociedade civil portuguesa consegue sacudir a apatia e partir para a acção, numa impressionante demonstração de mobilização e organização cívica. No dia 20 de Março até pode ficar muito por limpar. Mas quanto a mim o PLP já venceu, já é uma aposta de sucesso. Porque mostrou que, apesar de haver muito a fazer, as mentalidades estão realmente a mudar. Para melhor.
Para participar inscreva-se também em http://limparportugal.ning.com/group/limparfigueira ou envie um email para plpfigueira@gmail.com.
Texto meu, publicado esta semana no jornal O Figueirense . Se for de outro concelho e quiser participar visite o site nacional do Limpar Portugal
Google em maus lençóis na Itália
Enquanto em Portugal se discutem alegadas tentativas de controle pelo governo de alguns órgãos de comunicação social, na Itália, onde o primeiro-ministro controla, de facto, quase toda a comunicação social, quer como patrão quer como chefe de governo nos média públicos, o debate entra noutro campeonato, de outra ordem de grandeza, por assim dizer: O controle da internet, o média livre por excelência.
Não será, de resto, por acaso que a Itália tem uma das mais baixas taxas de penetração da banda larga na Europa, abaixo de Portugal. Provavelmente porque não interessa aos patrões dos média tradicionais. Provavelmente porque "patrões dos média" é sinónimo de Berlusconi.
Uma recente decisão judicial italiana (de que a Google vai recorrer) vem agora, na prática, equiparar o Youtube a um normal canal de televisão, condenando três executivos da empresa norte-americana, por esta não ter retirado de imediato um vídeo de assédio de um grupo de rapazes a um jovem deficiente. Demoraram duas horas a retirar o vídeo, a partir do momento em que uma queixa foi apresentada, mas os juízes italianos acharam que tal não foi suficientemente rápido e que a empresa é responsável à priori pelos conteúdos que disponibiliza. Algo que se torna impossível, visto que são descarregados no Youtube cerca de vinte horas de vídeo por minuto...
Tudo depende agora de tribunais superiores, mas se a sentença for confirmada, a Itália cava ainda mais o fosso que a separa da era da informação. Para evitar processos, até as universidades já temem abrir fóruns, por exemplo, dada a possibilidade de aí serem colocados inadvertidamente conteúdos menos próprios. Ainda vai o reitor parar a Tribunal... Larger Threat Is Seen in Google Case - NYTimes.com
Não será, de resto, por acaso que a Itália tem uma das mais baixas taxas de penetração da banda larga na Europa, abaixo de Portugal. Provavelmente porque não interessa aos patrões dos média tradicionais. Provavelmente porque "patrões dos média" é sinónimo de Berlusconi.
Uma recente decisão judicial italiana (de que a Google vai recorrer) vem agora, na prática, equiparar o Youtube a um normal canal de televisão, condenando três executivos da empresa norte-americana, por esta não ter retirado de imediato um vídeo de assédio de um grupo de rapazes a um jovem deficiente. Demoraram duas horas a retirar o vídeo, a partir do momento em que uma queixa foi apresentada, mas os juízes italianos acharam que tal não foi suficientemente rápido e que a empresa é responsável à priori pelos conteúdos que disponibiliza. Algo que se torna impossível, visto que são descarregados no Youtube cerca de vinte horas de vídeo por minuto...
Tudo depende agora de tribunais superiores, mas se a sentença for confirmada, a Itália cava ainda mais o fosso que a separa da era da informação. Para evitar processos, até as universidades já temem abrir fóruns, por exemplo, dada a possibilidade de aí serem colocados inadvertidamente conteúdos menos próprios. Ainda vai o reitor parar a Tribunal... Larger Threat Is Seen in Google Case - NYTimes.com
O Papa e a web 2.0: Uma Contra-Reforma Digital?
A Igreja Católica e os desafios da rede: The Pope and Social Media: A Digital Counter-Reformation? | Media/Culture | ReligionDispatches
Jogos de Guerra. A ficção é realidade.
Muito, mas muito, interessante, este artigo sobre a importância cultural e económica crescente dos jogos de guerra - traduzida na expressão "militainment", ou entretenimento de inspiração bélica - e de como a realidade militar é, ela própria, cada vez mais digital. Basicamente, é de como os dois mundos se cruzam cada vez mais: Meet the Sims … and Shoot Them: The Rise of Militainment - By P.W. Singer | Foreign Policy
Querido diagnóstico
Curta e grossa, esta entrevista do "guru" nacional dos novos média ao site brasileiro Nós da Comunicação. Como sempre, Paulo Querido, coloca com lucidez o dedo na ferida que grassa pelas redações nacionais. De facto, a experiência e conhecimento que também tenho é que a generalidade dos órgãos de comunicação social portugueses - e sobretudo da imprensa local e regional, desde logo a que mais teria a ganhar com uma aposta séria nas novas tecnologias, extremamente favoráveis ao jornalismo de proximidade, ou mesmo hiper-local - não fazem a mínima ideia do que fazer perante a internet.
Como tal, pisam terreno a medo, à espera que surja (do além?...) um modelo de negócio que seja universal e garantido. Como tal, nem acompanham as tendências, nem arriscam dar o salto para os novos paradigmas de comunicação e informação. E perdem leitores, cada vez mais envelhecidos, todos os dias.
«A convergência aqui é objeto de estudo na universidade, quando muito. Nenhuma redação integrada, grandes dificuldades dos editores on-line em conquistar posição nas organizações. Inovação e criatividade zero nas redações portuguesas. São raríssimas as iniciativas. O jornalismo on-line português está na fase do slideshow em Flash. Acham o máximo, como se tivessem chegado ao topo e não fosse preciso fazer mais nada. E mesmo slideshow é só para dois ou três jornalistas iluminados em cada redação.»: Nós da Comunicação - Entrevistas - Paulo Querido: 'temos inovação e criatividade zero nas redações portuguesas'
Como tal, pisam terreno a medo, à espera que surja (do além?...) um modelo de negócio que seja universal e garantido. Como tal, nem acompanham as tendências, nem arriscam dar o salto para os novos paradigmas de comunicação e informação. E perdem leitores, cada vez mais envelhecidos, todos os dias.
«A convergência aqui é objeto de estudo na universidade, quando muito. Nenhuma redação integrada, grandes dificuldades dos editores on-line em conquistar posição nas organizações. Inovação e criatividade zero nas redações portuguesas. São raríssimas as iniciativas. O jornalismo on-line português está na fase do slideshow em Flash. Acham o máximo, como se tivessem chegado ao topo e não fosse preciso fazer mais nada. E mesmo slideshow é só para dois ou três jornalistas iluminados em cada redação.»: Nós da Comunicação - Entrevistas - Paulo Querido: 'temos inovação e criatividade zero nas redações portuguesas'
O Kindle já "fala" português
Eis uma excelente notícia para autores e editores independentes na língua de Camões. A empresa-mãe do Kindle está em processo de abertura a outros idiomas, além do inglês - incluindo o português, o espanhol e o italiano, permitindo a venda de livros digitais nestas línguas na mega-loja da Amazon. Tudo se passa no sistema Digital Text Platform: Livros em português no Kindle
A propósito de livros digitais...
Este bitaite a um artigo no Expresso Online, que achei assaz pertinente e certeiro, apesar de não partilhar (ainda?...) da mesma aversão ao papel. Assina o leitor Xico Taxista:
«O que é importante num livro é o seu conteúdo e não a cor da capa, o cheiro do papel (bafio, talvez) ou as traças que devoram os livros (nas bibliotecas, e nalgumas casas particulares também).
Ao contrário do que acontece com o papel, um e-book não se degrada com o tempo!
Acho completamente anacrónica a ideia que folhear um livro dá prazer. Dá prazer é lê-lo, e nisso, um e-book até é mais eficaz que um livro no seu aspecto "paleolítico" (papel).
Em formato e-book, podemos procurar uma palavra ou expressão que já não nos lembramos em que página se encontra.
Podemos contar quantas vezes uma palavra ou expressão aparece ao longo do texto, etc.
Alguém consegue levar a biblioteca inteira para a praia?
Em formato de papel, duvido. Em formato digital, é do mais trivial que existe.
Uma das pens mais pequenas que conheço, é a da EagleTech de 8GB, que tem as seguintes dimensões: 19 x 15 x 6 milímetros ! (não é lapso! As dimensões são mesmo em milímetros!)
Nesta pen, eu consigo guardar 302 (trezentos e dois) exemplares dos Lusíadas na edição original de 1572 (em formato JPG convertido para PDF) ou 2675 exemplares do mesmo livro se for em formato TXT !!!!
Agora, desafio os "papelófilos" a levarem para a praia 2675 exemplares dos Lusíadas :-)
E já nem falo nas árvores que se poupam !!!». Google lança livraria digital no primeiro semestre de 2010 - Expresso.pt
«O que é importante num livro é o seu conteúdo e não a cor da capa, o cheiro do papel (bafio, talvez) ou as traças que devoram os livros (nas bibliotecas, e nalgumas casas particulares também).
Ao contrário do que acontece com o papel, um e-book não se degrada com o tempo!
Acho completamente anacrónica a ideia que folhear um livro dá prazer. Dá prazer é lê-lo, e nisso, um e-book até é mais eficaz que um livro no seu aspecto "paleolítico" (papel).
Em formato e-book, podemos procurar uma palavra ou expressão que já não nos lembramos em que página se encontra.
Podemos contar quantas vezes uma palavra ou expressão aparece ao longo do texto, etc.
Alguém consegue levar a biblioteca inteira para a praia?
Em formato de papel, duvido. Em formato digital, é do mais trivial que existe.
Uma das pens mais pequenas que conheço, é a da EagleTech de 8GB, que tem as seguintes dimensões: 19 x 15 x 6 milímetros ! (não é lapso! As dimensões são mesmo em milímetros!)
Nesta pen, eu consigo guardar 302 (trezentos e dois) exemplares dos Lusíadas na edição original de 1572 (em formato JPG convertido para PDF) ou 2675 exemplares do mesmo livro se for em formato TXT !!!!
Agora, desafio os "papelófilos" a levarem para a praia 2675 exemplares dos Lusíadas :-)
E já nem falo nas árvores que se poupam !!!». Google lança livraria digital no primeiro semestre de 2010 - Expresso.pt
A revolução tornou-se móvel
«By mid-2010, there will be 6.8 billion humans on this planet. According to United Nations estimates, there also will be five billion cellphone subscriptions. These are astonishing numbers. What is still more astonishing, and hopeful, is the breadth of change this number reflects.(...)». Editorial - The Revolution Has Gone Mobile - NYTimes.com
Jornais alemães na vanguarda do design gráfico
A organização internacional Society for News Design acaba de divulgar a sua lista dos melhores jornais do mundo em termos de design gráfico. Surpreendentemente, ou não, o diagnóstico estético geral é negativo e a SND realça o desinvestimento geral dos média tradicionais na qualidade gráfica e fotográfica dos seus títulos. O que é uma forma no mínimo estranha de combater a crise e de enfrentar os desafios da era da informação e da rede. E depois a culpa é da Google... Nesta short-list de excelência gráfica, vencem dois títulos alemães, o "der Freitag" e o Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung e, em terceiro, o jornal global por excelência, o (quase) sempre superlativo New York Times. Three judged SND World’s Best-Designed™ – The Society for News Design
Livros digitais: E os direitos dos leitores?
Num atraso que se explica pelos níveis de vida e de educação mais baixos, e não obstante um elevado ritmo de penetração da banda larga no nosso país, a realidade da edição digital, principalmente de livros, ainda é bastante incipiente entre nós.
Por um lado em termos da fraca disseminação da tecnologia de leitura, que ainda é relativamente cara; por outro porque não há oferta, a não ser umas tentativas pífias das grandes editoras (que andam há anos expectantes a ver para que plataforma é que caiem as modas) e um ou outro criativo mais atento às tendências.
O facto é que a produção independente de obras digitais em Portugal está a anos de luz da intensa actividade de criadores independentes, por exemplo, nos Estados Unidos. Onde têm, por outro lado, um mercado à altura, de milhões de leitores ávidos de alternativas e tecnologicamente artilhados até aos dentes com ipods, ipads, sony readers, kindles, notebooks e outros suportes, cada vez mais acessíveis e diversos.
Seja como for, o futuro está aí. E convém estarmos também a par dos nossos direitos enquanto leitores, quando lidarmos com o futuro, que acarreta outros desafios, diferentes do simples manuseamento de um objecto em papel: Digital Books and Your Rights: A Checklist for Readers
Por um lado em termos da fraca disseminação da tecnologia de leitura, que ainda é relativamente cara; por outro porque não há oferta, a não ser umas tentativas pífias das grandes editoras (que andam há anos expectantes a ver para que plataforma é que caiem as modas) e um ou outro criativo mais atento às tendências.
O facto é que a produção independente de obras digitais em Portugal está a anos de luz da intensa actividade de criadores independentes, por exemplo, nos Estados Unidos. Onde têm, por outro lado, um mercado à altura, de milhões de leitores ávidos de alternativas e tecnologicamente artilhados até aos dentes com ipods, ipads, sony readers, kindles, notebooks e outros suportes, cada vez mais acessíveis e diversos.
Seja como for, o futuro está aí. E convém estarmos também a par dos nossos direitos enquanto leitores, quando lidarmos com o futuro, que acarreta outros desafios, diferentes do simples manuseamento de um objecto em papel: Digital Books and Your Rights: A Checklist for Readers
A Adobe na vanguarda da edição digital
Os novos caminhos dos média passam sem dúvida por aqui. A Adobe (casa mãe da tecnologia flash, dos pdf's, do photoshop, do indesign, etc.) uniu-se ao gigante editorial Condé Nast para criar o futuro das revistas digitais. Um novo conceito de publicação baseado na Wired. A apresentação do projecto, compatível com terminais como o iPad (que não suporta o Flash Player), decorreu na semana passada na Califórnia, nas TED Talks de 2010: Adobe Digital Publishing
Novos belos fôlegos da rádio
Grande música, a que se ouve no Vidro Azul. É curiosa a forma como a web, que muitos temiam ser um rolo compressor para os média tradicionais, está a proporcionar um renascimento extraordinário da rádio de qualidade e, sobretudo, dos programas de autor. Vidro Azul, tal como o clássico Íntima Fracção, que sobreviveu graças à internet, são exemplos claros dessa mesma vitalidade. A ouvir, muito. Vidro Azul
Portugal não é a Grécia
Apesar de tudo, o nosso país continua a ser atractivo para o investimento estrangeiro. Se não, leia-se esta opinião de um perito norte-americano: «Going forward, the economic forecast for Portugal is for a return to positive growth this year, in contrast to the further declines projected for Greece, Spain, and Ireland. Portugal did not suffer from a housing bubble, like Spain and Ireland. Its banking system is sound. Productivity growth is above the EU average, which should improve the economy’s competitiveness and help Portuguese firms take advantage of the weaker euro. The government has been carrying out a number of structural reforms. The government has a responsible program in its 2010 budget for reversing the recent fiscal deterioration. Further restrictive fiscal steps will be necessary in 2011 and 2012. Polls indicate that the government seems to have the needed support of a strong majority of the population to continue with responsible fiscal policies.». Continua aqui.
E-mails from an Asshole
Ou, em português arcaico, E-mails de um cara de cu. Lembram-se das partidas telefónicas ("está? senhor leitão? daqui é do talho...", etc.)? Este cidadão diverte-se a pregar partidas por correio eletrónico. Responde a anúncios classificados na web e goza que nem um perdido com os que lhe dão conversa. Algumas conversas são hilariantes. O objectivo é simples: «My goal is to mess with them, confuse them, and/or piss them off». A não perder a página FAQ/Disclaimer. E-mails from an Asshole
Jardim, o democrata
Ouvir João Jardim a louvar os valores democráticos anglo-saxónicos a propósito de uma alegada tentativa do governo de controle de alguns média nacionais, é um espectáculo mais do que bizarro, é uma aberração. Aliás, existir ainda neste país (isto é, fora da Madeira) quem leve este homem a sério é outro dos mistérios existenciais da vida para mim.
Uma central de ajuda online contra o bullying
Um projecto precioso para pais com filhos em idade escolar: Portal Bullying
Susana Paiva
A Susana Paiva é uma querida amiga de longa data. É também a melhor fotógrafa que conheço pessoalmente. E dos que não conheço pessoalmente está certamente entre os melhores. A Susana Paiva, que é um enorme talento, com mundo, inteligência, sensibilidade e um agudo sentido do seu/nosso tempo global e da rede, dispensa mais palavras. A Susana está aqui, aqui, aqui, aqui e aqui. Visitem-na. É uma existência digital arrebatadora.
O futuro da imprensa
O trepidante desenvolvimento tecnológico (recentemente no sentido dos iPads e dos e-readers) dos últimos anos, tem deixado em polvorosa o sector dos média. Por todo o mundo, as empresas de comunicação social se vão adaptando como podem aos novos hábitos de leitura e de consumo. Sobretudo à transferência desses hábitos para o ambiente online e digital. Sobre estes e outros desafios, o melhor é ler os especialistas.
Conhecimento para todos
Brewster Kahle é o senhor que criou e desenvolve um dos mais importantes sites da internet. Um sítio incontornável. Mais cedo ou mais tarde: The Internet Archive.
A beleza da informação
Nem é tanto pelo concurso. É sobretudo pela magnífica ideia de livro. Está aqui.
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A crise moral
«(…) Apesar desse seu diagnóstico todos os dias ouvimos dizer que a nossa sociedade é, cada vez mais, uma sociedade sem valores, como é que ...