ET's

Um Henrique Cardoso escreveu uma crónica no Expresso Online a dizer assim: «A Igreja tem o monopólio da pedofilia? Se um ET chegasse hoje a Portugal, ficaria a pensar que a Igreja Católica tem o monopólio da pedofilia, e colocaria a palavra "padre" como único sinónimo da palavra "pedófilo"» e depois continuava por ali abaixo, desenvolvendo este mote em defesa do clero. Eu fui lá e disse-lhe assim:

Se os ET's tivessem o mesmo calibre intelectual do colunista, certamente pensariam tal coisa. Qualquer cidadão minimamente racional e esclarecido pensaria noutros termos. Certamente que não pensaria que a Igreja Católica tem o monopólio da pedofilia. O que pensaria é que esta que tem uma responsabilidade acrescida - pela sua auto-proclamada superioridade moral e pelo facto de ser uma organização eminentemente masculina que lida directamente com milhões de crianças - de acautelar e agir firmemente contra este tipo de coisas. O que nunca aconteceu.

O problema aqui, que o senhor colunista e outros fiéis parecem não perceber, nem é só o facto de existirem padres pedófilos, é sobretudo a forma como a Igreja Católica, incluído o actual Papa, lidou durante séculos com este problema. Ou melhor, como não lidou. Ou ocultou, sendo cúmplice pelo silêncio; ou aplicou penas pesadíssimas como transferências de paróquia ou de serviço. E só reagiu com firmeza (?...) quando os casos começaram a ser descobertos pelos média nos últimos anos - e só resta saber quando é que a batata quente explode também em Portugal... Mas até aí assobiaram para o ar e varreram para baixo do tapete. E isso é que é vergonhoso. E isso é que compromete definitivamente a legitimidade moral da instituição. Esta tendência de auto-vitimização (coitadinha da ICAR, tão injustamente atacada...), expressa por este cavalheiro Raposo, é não só ridícula como desonesta.


Entretanto, desenvolvimentos

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