Ainda as coisas ridículas

Para que o último post não fique pelo mero insulto: Acho inacreditável que uma gente que celebre a liberdade, já nem digo a democracia, que admito terá que se lhe diga, se contorça toda mentalmente para defender regimes totalitários.

Cuba é uma ditadura que não admite dissidência, uma democracia com muitas aspas, isto é, de partido e doutrina única, onde, como no nosso Estado Novo, só vota quem alinha pela cartilha estatal e onde se reprime a pluralidade e a auto-determinação dos indivíduos. Isto é, é uma democracia dogmática e colectivista, liderada por uma vanguarda dinástica de revolucionários iluminados. Isto é, uma espécie de teocracia secular. Chamar aquilo democracia é no mínimo anedótico. Por isso, a manifestação das mulheres dos presos políticos cubanos só pode ter o nosso apoio, enquanto democratas e enquanto amantes da liberdade. E que se lixe a legalidade cubana.

Também não deixa de ser bizarro que, quando confrontados com a natureza da besta, os amigos do regime cubano levantem logo a bandeira do anti-americanismo primário, atacando os EUA e chutando a questão para canto como se os EUA fosse um assunto pertinente para o caso, que é basicamente o da falta de liberdades. Normalmente são os mesmos que relativizam a importância do fanatismo islâmico na geo-política do Médio Oriente ou desculpabilizam as lideranças africanas corruptas com o espantalho do imperialismo capitalista ou da "globalização". Miopias.

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